Todos os anos, durante
o Oscar, vemos muitos prêmios serem entregues, mas o principal e mais aguardado
é o prêmio de Melhor filme, entregue
religiosamente por último. Esse ano, oito filmes concorrem a categoria. São
eles: Mad Max: Estrada da fúria, O regresso, O quarto de Jack, A grande
aposta, Spotlight – Segredos revelados,
Brooklyn, Ponte dos Espiões e Perdido
em Marte. Apesar do clamor popular pela vitória do filme de Alejandro
Iñárritu, venho, por meio deste, defender a premiação de Mad Max como melhor filme.
Como argumento, peço
que lembremos os últimos cinco filmes a serem premiados na categoria. Tente
lembrar sozinho, verá que você não se lembra de todos eles. Isto é por que, em
geral, a Academia privilegia filmes “de arte” que geralmente não são os melhores
filmes ou aqueles que marcam gerações. Somente para fins ilustrativos, peço que
reflita a seguinte questão: “Quantas vezes você ouviu falar destes filmes no
último ano?” Birdman (2015), 12 anos de escravidão (2014), Argo (2013), O artista (2012), O discurso
do rei (2011). Estes são os últimos vencedores da categoria. Filmes que
ninguém se importa e que seguiram apenas as expectativas elitistas dos jurados
da Academia.
Somente O discurso do rei tirou sozinho o prêmio
de quatro filmes que foram muito mais discutidos nos últimos anos. A origem, Toy Story 3, Cisne Negro e
A rede social são filmes muito mais
marcantes do que o vencedor do Oscar de 2011. O mesmo se aplica para os outros,
como é o caso de Argo que venceu O lado bom da vida e As aventuras de Pi. Estes erros não são
apenas nos últimos anos. São reflexos de anos de erros cometidos pelos jurados
do Oscar. Em 1978, o fenômeno de vendas Star
Wars perdeu a disputa de melhor filme para o “incrível” Noivo neurótico, noiva nervosa. Que
filme marcou mais uma geração do que o Sci-fy de George Lucas? E não para por
aí. Em 1990, Conduzindo Miss Daisy,
outro filme esquecido pelo tempo, levou a estatueta em cima de Sociedade dos poetas mortos.
A Academia sabe que
comete erros. Tanto sabe que as vezes tenta se consertar. O senhor dos anéis foi indicado três vezes a melhor filme, uma vez
referente a cada filme. Somente depois de perder duas vezes, a academia
premiou, em 2004, Senhor dos anéis – O retorno
do rei como melhor filme. Antes disso, Uma
mente brilhante e Chicago levaram
a categoria. Embora o primeiro seja um filme que ainda é discutido, há de se
convir que os filmes da saga da Terra-Média são muito mais importantes para o
cinema como um todo.
Por isso, Mad Max: Estrada da fúria é o meu
preferido para vencer a categoria de Melhor
filme. Além de ser um filme que, claramente, resistirá ao tempo, considerando
que George Miller deve trabalhar em sequências para a série, é um filme que
marca e representa o que o ano de 2015 teve de melhor: o retorno de grandes
sagas cinematográficas, como Star Wars,
Jurassic Park, Rocky e o próprio Mad
Max. Muito embora a direção de Iñárritu seja muito boa, receio que O regresso possa ser lembrado apenas
como “o filme que deu o Oscar ao DiCaprio” (isso, considerando que ele
vença...) Aliás, a premiação de Leonardo DiCaprio não seria uma retaliação da
academia, admitindo que deixou de premiá-lo por trabalhos muito melhores?
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