26 de fevereiro de 2016

Por que Mad Max é o "Melhor filme" do Oscar?

Todos os anos, durante o Oscar, vemos muitos prêmios serem entregues, mas o principal e mais aguardado é o prêmio de Melhor filme, entregue religiosamente por último. Esse ano, oito filmes concorrem a categoria. São eles: Mad Max: Estrada da fúria, O regresso, O quarto de Jack, A grande aposta, Spotlight – Segredos revelados, Brooklyn, Ponte dos Espiões e Perdido em Marte. Apesar do clamor popular pela vitória do filme de Alejandro Iñárritu, venho, por meio deste, defender a premiação de Mad Max como melhor filme.

Como argumento, peço que lembremos os últimos cinco filmes a serem premiados na categoria. Tente lembrar sozinho, verá que você não se lembra de todos eles. Isto é por que, em geral, a Academia privilegia filmes “de arte” que geralmente não são os melhores filmes ou aqueles que marcam gerações. Somente para fins ilustrativos, peço que reflita a seguinte questão: “Quantas vezes você ouviu falar destes filmes no último ano?” Birdman (2015), 12 anos de escravidão (2014), Argo (2013), O artista (2012), O discurso do rei (2011). Estes são os últimos vencedores da categoria. Filmes que ninguém se importa e que seguiram apenas as expectativas elitistas dos jurados da Academia.

Somente O discurso do rei tirou sozinho o prêmio de quatro filmes que foram muito mais discutidos nos últimos anos. A origem, Toy Story 3, Cisne Negro e A rede social são filmes muito mais marcantes do que o vencedor do Oscar de 2011. O mesmo se aplica para os outros, como é o caso de Argo que venceu O lado bom da vida e As aventuras de Pi. Estes erros não são apenas nos últimos anos. São reflexos de anos de erros cometidos pelos jurados do Oscar. Em 1978, o fenômeno de vendas Star Wars perdeu a disputa de melhor filme para o “incrível” Noivo neurótico, noiva nervosa. Que filme marcou mais uma geração do que o Sci-fy de George Lucas? E não para por aí. Em 1990, Conduzindo Miss Daisy, outro filme esquecido pelo tempo, levou a estatueta em cima de Sociedade dos poetas mortos.

A Academia sabe que comete erros. Tanto sabe que as vezes tenta se consertar. O senhor dos anéis foi indicado três vezes a melhor filme, uma vez referente a cada filme. Somente depois de perder duas vezes, a academia premiou, em 2004, Senhor dos anéis – O retorno do rei como melhor filme. Antes disso, Uma mente brilhante e Chicago levaram a categoria. Embora o primeiro seja um filme que ainda é discutido, há de se convir que os filmes da saga da Terra-Média são muito mais importantes para o cinema como um todo.


Por isso, Mad Max: Estrada da fúria é o meu preferido para vencer a categoria de Melhor filme. Além de ser um filme que, claramente, resistirá ao tempo, considerando que George Miller deve trabalhar em sequências para a série, é um filme que marca e representa o que o ano de 2015 teve de melhor: o retorno de grandes sagas cinematográficas, como Star Wars, Jurassic Park, Rocky e o próprio Mad Max. Muito embora a direção de Iñárritu seja muito boa, receio que O regresso possa ser lembrado apenas como “o filme que deu o Oscar ao DiCaprio” (isso, considerando que ele vença...) Aliás, a premiação de Leonardo DiCaprio não seria uma retaliação da academia, admitindo que deixou de premiá-lo por trabalhos muito melhores?


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