12 de abril de 2016

Rua Cloverfield, 10

Lançamento: 07/ 04 ⁄ 2016
Dirigido por: Dan Trachtenberg
Com Mary Elizabeth Winstead, John Goodman, John Gallagher Jr. e outros
Gênero: Ficção científica , Suspense
Nacionalidade: EUA

Após sofrer um acidente de carro, Michelle (Mary Elizabeth Winstead) acorda em um bunker e descobre que o mundo exterior se tornou inabitável. Sem saber exatamente o que causou os danos e qual a extensão do perigo, ela busca sobrevivência, junto com dois homens: o dono do bunker (John Goodman), que alega ter salvado a vida dela e um outro sujeito (John Gallager Jr.). O filme é dirigido por Dan Trachtenberg e tem produção de J.J.Abrams.

O filme marcha entre a tênue linha entre o suspense e o terror. O primeiro ato deixa muito claro que o filme pretende criar uma tensão forte em cima do desconhecido e acerta bastante nesta decisão. Existem muitas sugestões de o que pode ter acontecido com o mundo exterior, mas, no primeiro momento, não há nada de concreto que diga qual a verdadeira catástrofe. Esse clima de tensão movimenta muito bem a história até o final. Dessa forma, a trama se torna bastante assustadora sem precisar de clichês do terror como sustos frequentes e figuras bizarras.

O elenco enxuto de Rua Cloverfield,10 é um dos pontos mais positivos. Com poucos personagens para desenvolver a história, existe muito espaço para trabalhar a dinâmica “familiar” estabelecida pelos sobreviventes do bunker. São três maneiras diferentes de lidar com o acidente, três personalidades distintas e que lidam com problemas de antes do apocalipse. A escolha de elenco também é excelente. Apesar de não serem grandes estrelas de Hollywood, o elenco principal foi uma escolha muito acertada para a produção.

Logo que o terceiro ato começa, podemos perceber uma influência mais clássica do terror. Uma atmosfera de “terror de perseguição” se instaura no melhor estilo Freddy Krueger Moderno. Novamente, o terror não está em criaturas bizarras ou sustos coreografados, pelo contrário. É aterrorizante porque você tem completa noção de onde está a figura assombrosa e de quais são os movimentos que ela pode fazer. Um terror à moda antiga com um acabamento e roteiro modernos.

O pecado do filme é querer ir muito além. Ao final da grande cena de perseguição do filme, existe um quarto ato em anexo ao filme, que tem como “objetivo” explicar tudo o que não foi sanado sobre o que aconteceu com o mundo exterior. A grande questão é que o filme se consolida muito bem sem dizer o que aconteceu, e isso por si só já bastaria. Na tentativa de explicar mais do que deveria, o filme cria um final completamente desconexo da proposta de todo o filme, que tende muito mais para a ação do que para o terror ou suspense. Fica este terceiro gênero descabido no meio da produção. Não fosse isso, seria um filme perfeito, sem nada para reclamar.

Rua Cloverfield,10 é um excelente filme de terror, e que, junto com A bruxa, são dos melhores filmes do gênero produzidos nos últimos anos. Seria muito bom que os filmes de terror voltassem a “dar medo” e não a “pregar sustos” nos telespectadores. Esse é o terror que realmente importa.


10 de abril de 2016

Shadowhunters - 1ª Temporada (2016)


Criado em: 2016
Com Katherine McNamara, Dominic Sherwood, Alberto Rosende e outros
País: EUA
Gênero: Drama, Fantasia, Ação
Status: Primeira temporada- Completa (Netflix/ Freeform-ABC)


Do piloto de Shadowhunters até o décimo terceiro (e último) episódio, a série evoluiu bastante e evoluiu em alguns aspectos. O início da saga seguia por uma linha voltada para a ação e a fantasia, o que deixava a trama um pouco perdida, justamente por dever, tecnicamente, nos quesitos visuais. Com o decorrer dos episódios, a história encontrou o seu ritmo, trafegando muito mais pelo lado romântico-afetivo do que pela ação desenfreada. A série precisou desacelerar para se encontrar. Deu certo.

As questões pertinentes à ação são muito simples. Primeiramente, existe um quesito visual. Os cenários e figurino são muito bem acertados. Existe uma preocupação forte com a estética nas roupas e nos locais e contribui para uma identidade forte associada à série. Porém existe uma carência clara no que diz respeito a efeitos gráficos. Como outras séries da ABC (Once Upon a Time, por exemplo), os efeitos de computador são muito fracos e muito falsos. Sempre que um “demônio” aparecia ou que os personagens precisavam recorrer a algum tipo de mágica, via-se claramente um lapso de qualidade no visual computadorizado.


O segundo ponto que pesa contra a ação é uma questão mais roteirizada. A todo tempo, os personagens principais estão em buscas desenfreadas por McGuffins. [Um McGuffin é alguma coisa que os personagens buscam desesperadamente, mas que o público, em geral, não liga.] Essas buscas são tão frequentes que a série leva até o último episódio casos do tipo. Não que isso seja uma coisa ruim, normalmente, mas a série recorre a situações como esta várias vezes e dão uma importância tão grande para as buscas que acaba desviando a atenção de questões mais relevantes.

Apesar de deixar devendo na ação, a parte romântica-afetiva da série é muito bem trabalhada. É um pouco difícil não comparar com Star Wars e⁄ou Crepúsculo em vários momentos, mas existe alguma identidade no que foi produzido. Não há dúvidas de que os melhores momentos da série são os que os personagens trabalham as suas relações interpessoais e seus dilemas sociais.

SPOILERS ADIANTE!



No quadro geral, a série acaba bem no momento em que prometia se agitar mais. Foram poucos episódios desde que Clary e Jace descobriram que são irmãos e ainda não aconteceu nenhum tipo de conversa efetiva sobre o que os personagens pensam dessa revelação. Quanto ao romance entre Magnus e Alec, tão logo eles se acertam, os dois já voltam a criar obstáculos para sua relação. Talvez a série tenha corrido demais para finalizar com “brechas” para uma segunda temporada (já confirmada) e, por isso, deixou algumas questões, que tinham acabado de surgir ou se resolver, em aberto.

O interessante para a vindoura segunda temporada é trabalhar o background do Jace, que, já há muito, dentro da série, vinha demonstrando seguir os passos de Valentine. Há espaço para trabalhar o personagem de uma forma bem diferente e colocar uma carga dramática a mais na série, ao invés de aumentar a ação. 


1 de abril de 2016

Batman vs Superman: A origem da justiça


Lançamento: 24 ⁄ 03 ⁄ 2016
Dirigido por: Zack Snyder
Com Ben Affleck, Henry Cavill, Gal Gadot, Jesse Eisenberg e outros
Gênero: Ação , Fantasia
Nacionalidade: EUA

Depois de ter destruído toda Metropolis durante sua batalha contra Zod, Superman (Henry Cavill) está sendo responsabilizado pela destruição que causou. O aparente descaso pelo bem estar dos civis e pela integridade de sua cidade irrita Bruce Wayne⁄ Batman (Ben Affleck). O morcego de Gotham agora irá se armar para combater o filho de Krypton, o que pode ser o maior combate da história.


Muita expectativa e muita ansiedade girava em torno de Batman vs Superman: A origem da justiça. O filme tinha a obrigação de abrir definitivamente as portas da DC no cinema e estabelecer não apenas o Batman de Ben Affleck ou a Mulher-Maravilha de Gal Gadot, mas toda a Liga da Justiça.

Claramente, Zack Snyder melhorou e muito na qualidade de “fazedor” do filme. Após um Homem de Aço bem mediano, o diretor finalmente conseguiu fazer um filme de excelência. Não há dúvidas de que este é o melhor trabalho de Zack Snyder como diretor. Apesar de tudo, ainda existe algum exagero na maneira como ele trabalha a ação. O filme é excelente até o confronto final (contra o Apocalipse), mas a última cena de “ação” tem muito pouca ação de fato. O confronto final nada mais é do que um show de luzes muito bem coloridas por um computador. Não há atuação ou direção real por trás daquela cena, apenas um bom animador.

Demais, só há com o que se admirar com o trabalho do diretor. Zack Snyder teve coragem de tomar decisões fortes na trama, muitas até que podem ser questionadas por qualquer um que vá ver o filme. Há muito fan service, logicamente, mas nunca de uma maneira prejudicial, e fica bastante evidente que o próprio diretor se segurou para não exagerar nas “piadas internas”.

Ben Affleck é um excelente Batman, talvez o melhor que o cinema já tenha mostrado. Faltou apenas um pouco mais de background do herói. Ficamos sem saber que vilões ele já enfrentou ou que perdas ele já sofreu. Dá para entender que essa “falta” nos causa mais curiosidade do que decepção, mas poderia ter sido um pouco mais trabalhada. Gal Gadot, embora apareça menos do que se esperava, provou que está pronta para o papel e atiçou a curiosidade para o filme solo da heroína.

Jesse Eisenberg é a melhor atuação do filme, disparado. Ainda que muitos fãs possam reclamar de sua versão do vilão Lex Luthor, fica claro que ele conseguiu trazer muita originalidade para o papel e se provou um personagem bastante interessante. Já Amy Adams estava um pouco demais no filme. Muita Lois Lane. Para uma jornalista que não possui recursos, Lois parecia ter bastante influência dentro da trama, o bastante para se envolver no confronto final. Desnecessário.


O filme prova que a DC tem condições de produzir um material com muita qualidade e bem diferente do que a Marvel já nos oferece. Com certeza é o melhor filme da DC de todos os tempos, resta apenas aguardar por Esquadrão Suicida.


Finalmente chega aos cinemas o tão aguardado filme da DC. A premissa de uma luta entre super-heróis pode não ser a mais atrativa para todos, mas com certeza a presença dos dois maiores personagens da DC Comics (e talvez até de todos os quadrinhos) são suficientes para atrair uma grande quantidade de público e atenção da crítica. Ainda mais quando é o filme responsável por começar a estabelecer todo o universo cinematográfico da DC pela Warner. Nele alguns dos principais personagens são trabalhados, outros são brevemente apresentados, além de haver dicas e referências aos acontecimentos dos filmes futuros. Porém, algo está dando errado.

O filme está recebendo duras críticas com relação a praticamente tudo, até quanto aos mínimos (e irrelevantes quanto à crítica) detalhes. Muitos são contra a direção de Zack Snyder, por “não saber contar histórias”, “não captar a real essência dos personagens” e por aí vai. Porém, talvez as pessoas estejam indo ver esse filme esperando que seja outra coisa. Ele não é um filme com uma visível veia cômica como são os com heróis da Marvel, apesar do humor não ser inexistente aqui, é pouco, mas não inexistente. Assim como nos quadrinhos, os filmes da DC tentam reproduzir situações mais sérias e dramáticas e nos filmes isso vem acompanhado de um tom mais realista. O que é resumidamente chamado de “dark”, e por mais incrível que pareça não significa que o filme inteiro será gravado no escuro. Aparentemente algumas pessoas esqueceram o significado do termo enquanto faziam suas duras críticas. Mas outro possível problema do filme (e de seu entorno) é a expectativa. Houve muitos trailers, muitos cartazes, muitas fotos, muitas cenas, muito tudo divulgado. Era difícil evitar ter acesso a essas informações, querendo ou não, e com isso várias chances de fazer grandes surpresas na trama foram perdidas. Os filmes desse gênero estão seguindo um caminho onde os trailers pecam demais. Estão desesperados por cativar o público e levá-lo ao cinema que exageram em seu conteúdo e então o filme acaba sendo o culpado por ser “previsível”, “clichê” ou “nada surpreendente”.

Não existem grandes motivos para reclamar do longa. Não é perfeito, claro, mas está longe de tudo de tão ruim e horroroso que tanto dizem. Zack Snyder como sempre soube fazer um show visual e isso não interfere na história do filme, não há do que reclamar dos efeitos especiais, eles conseguem variar de uma estética milagrosa a uma pandemônica no ambiente da cidade. Enquanto alguns reclamam de que ele muitas vezes deixa de criar cenas de diálogo para estabelecer informações, eu considero que somente aspecto visual do filme (munido também da trilha sonora) já pode ser suficiente para tal. Afinal ninguém precisa de tudo tão mastigado. Entretanto, sua reprovação está chegando a níveis em que os fãs estão criando petições online contra a sua participação nos filme futuros da Liga da Justiça.

Falando mais a fundo sobre os personagens, pode-se dizer que todos parecem muito bem representados. Superman(interpretado por Henry Cavill) permanece tão bom quanto em seu filme de estreia. Batman (interpretado por Ben Affleck) não decepciona em momento algum e demonstra ter muito potencial para ser trabalhado nos filmes futuros, como Esquadrão Suicida e Liga da Justiça, além de seu filme solo, é claro. Nada muito além da clássica história do assassinato de seus pais é mostrado, o que é bom, um excesso de informação sobre sua jornada como o justiceiro de Gotham poderia tirar o foco da trama. A Mulher Maravilha (interpretada por Gal Gadot) faz uma boa participação e demonstra potencial também, mas a atriz ainda não demonstra ser a escolha ideal para o papel, parece bem menos atlética do que uma amazona deveria parecer. Lex Luthor (interpretado por Jesse Eisenberg) se destaca e parece exageradamente insano nesse filme e sem motivo aparente, talvez queiram alguma aproximação do Coringa de Heath Ledger para cair mais fácil na graça dos fãs, talvez o ator tenha se exaltado demais. Não foi ruim, de forma alguma, mas não parece a melhor forma de apresentar o personagem. E quanto a Lois Lane (interpretada Amy Adams), sua importância na vida do Superman/Clark Kent é inquestionável, mas no filme recebe espaço demais entre os super-heróis e no meio de suas mais importantes batalhas, o que parece no mínimo questionável. Outros heróis que compõem a Liga da Justiça foram brevemente apresentados, não entrarei em detalhes, mas a forma como foi feito é bem questionável também.

O filme consegue adaptar dois arcos dos quadrinhos muito queridos pelos fãs com muita dedicação e proximidade, abrindo caminho para todo um universo que virá pela frente para ser degustado (ou duramente criticado). Apesar de alguns pequenos problemas, é uma ótima experiência.

29 de março de 2016

A Bruxa

Lançamento: 03/03/2016
Dirigido por: Robert Eggers
Com: Anya Taylor Joy, Ralph Ineson, Kate Dickie entre outros
Gênero: Terror, Suspense, Drama
Nacionalidade: EUA, Canadá

Na Inglaterra do século 17, uma família é expulsa de seu vilarejo por certas divergências religiosas com a igreja local. O que os leva a vagar por muito tempo a procura de um local propício e afastado para levantarem sua nova moradia. E quando tudo parecia que estava para dar certo, algo inesperado acontece. A família composta pelo pai, a mãe, duas filhas e três filhos perde um de seus componentes. O recém nascido Samuel desaparece misteriosamente próximo a floresta, sem que a filha mais velha, Thomasin (interpretada por Ana Taylo Joy) que estava tomando conta dele notasse. Como era de se esperar, algumas das suspeitas do desaparecimento do bebê caem sobre ela, mas não faz a família deixar de considerar outras possibilidades, como um lobo, ou uma suposta bruxa que viveria na floresta.

Se fosse necessário definir este filme em apenas uma palavra, com certeza ela seria "perturbador". O que é ótimo considerando ser um filme de terror. Provavelmente o melhor filme do gênero feito em muitos anos. Não é o tipo de longa que se esforça em te fazer pular da cadeira. Ele é mais profundo e melhor do que isso. Apesar de que, diga-se de passagem, a edição é bem capaz de dar alguns sustos com seu corte rápido e que o leva para outra cena totalmente inusitada. Este filme trabalha com um terror muito mais psicológico. 

Naquela época a castidade e o fervor religioso tinham níveis extremamente elevados. Em qualquer coisa que fugisse do cotidiano cristão era algo mal visto e possivelmente visto como relacionado ao diabo e magia negra. Então é muito natural que a suspeita de uma bruxa surja no filme. Porém, até certo momento do filme, não há confirmação da existência ou não do sobrenatural. Até lá, é tudo suspeita e cada informação nova o leva a suspeitar de tudo que viu antes. O medo do desconhecido impera sobre os personagens e trás tensão ao público. 

Na maior parte do filme estamos acompanhando a visão de Thomasin da história. E mesmo que sendo a mais velha e receba responsabilidades e pesos diferentes do resto das crianças, ela ainda é jovem e inocente, o que leva cometer erros e infantilidades as quais apenas contribuem para a suspeita de que tenha algo a ver com o desaparecimento de seu irmão mais novo. E é com ela que acompanhamos a transformação do ritmo da história em algo muito mais tenebroso. O suspense se trata de ver o desconhecido, o "mal", agir sobre a família sem eles terem a menor ideia do que está acontecendo. 

Toda a tensão, deve muito ao visual incrível do filme, que foi (nitidamente) muito bem capturado. Uma atmosfera inóspita, onde a luz do Sol mal toca o chão, cercada por uma floresta escura e ainda acompanhada da trilha sonora de composições que horrorizam por si só. É de fato uma obra sensacional, que nos lembra do propósito real de um filme de terror. O gênero (e o filme) não se trata de uma competição para ver quem reage de maneira mais "digna" a cada susto dado na tela. Não é uma forma de enaltecer o ego, mas sim tirar o público de seu conforto por toda uma jornada.


25 de março de 2016

Marvel's Most Wanted - O que pode vir por aí?


Com a crescente dos filmes e séries de Super-heróis, a Marvel conseguiu conquistar absoluta o mercado cinematográfico com seus filmes (Vingadores, Guardiões da Galáxia etc), mas o mercado de séries vinha sendo dominado pela rival, DC. Não que a Marvel não tivesse material para TV, mas a popularidade e qualidade de The Flash e Arrow sobrepunha e muito a de Marvel’s Agents of Shield. Com a parceria com a Netflix, e também com o desenrolar da trama da série da ABC, a produtora conseguiu algum espaço na televisão, e agora vem tentando aumentar a sua quantidade de séries. Para isso, foi anunciada a série Marvel’s Most Wanted.

A matéria a seguir pode conter SPOILERS da série Marvel’s Agents of Shield , especificamente do episódio nº13 do ano 3, “Parting Shot”!

A nova série será protagonizada por Bobbi Morse (Adrianne Palicki) e Lance Hunter (Nick Blood), um casal de ex-agentes da SHIELD que acumulou inimigos ao longo de suas vidas. Ajudados por Dominic Fortune (Delroy Lindo), os três tentarão ajudar as pessoas enquanto resolvem seus problemas pessoais e fogem de seus inimigos pelo mundo todo.

Detesto bancar o chato que vê problema em tudo, mas essa série está berrando em alto som uma quantidade enorme de dificuldades que pode enfrentar. A primeira delas, e mais óbvia é o enredo. Bobby e Hunter vinham passando por um momento extremamente ruim na série, onde a participação dos dois se resumia a uma forte discussão emocional desgastante e injustificada no contexto geral. Em outra palavras, uma perda de tempo para a trama. Além do mais, desde a descoberta dos Inumanos (um ponto positivo para Agents of Shield), a Marvel vem tentando trazer novos personagens para trabalhar o novo paradigma da série. Visto que estão tentando montar os “Guerreiros Secretos” na série, é compreensível que alguns personagens tenham de sair da série para dar espaço a outros novos. A questão é: Bobbi e Hunter sustentam uma série sozinhos?

Minha resposta é não. Definitivamente não. Hunter é um alívio cômico clássico na série e muito se sabe sobre alívios cômicos que recebem destaque demais. O cinema já provou que isso não dá certo, não vejo por que a série funcionaria. Além do mais, a série pode ser tão ruim quanto foi a primeira temporada de Agent Carter. A grande questão é: a sinopse é genérica demais. O primeiro ano da série de Peggy Carter prometia contar a história de luta da agente até a criação da Shield. Bem, ainda estamos esperando a criação da Shield, que não surgiu até a segunda temporada. Quando a Marvel faz algo genérico assim, é porque provavelmente não sabe o que fazer.

Uma solução interessante seria explorar mais a figura da Harpia como uma super-heroína. Quem sabe até usar personagens como a Viúva Negra e Gavião Arqueiro para fazer uma aparição na série. Tudo isso pode melhorar a qualidade do material ou, pelo menos, aumentar a visibilidade da série.


O episódio de despedida de Bobby e Hunter foi emocionante, me também uma prova do que pode vir por aí. Marvel’s Most Wanted deve ser uma série com muito mais espionagem do que elementos sobrenaturais e ainda não tem uma data de estreia oficial do piloto.