1 de abril de 2016

Batman vs Superman: A origem da justiça


Lançamento: 24 ⁄ 03 ⁄ 2016
Dirigido por: Zack Snyder
Com Ben Affleck, Henry Cavill, Gal Gadot, Jesse Eisenberg e outros
Gênero: Ação , Fantasia
Nacionalidade: EUA

Depois de ter destruído toda Metropolis durante sua batalha contra Zod, Superman (Henry Cavill) está sendo responsabilizado pela destruição que causou. O aparente descaso pelo bem estar dos civis e pela integridade de sua cidade irrita Bruce Wayne⁄ Batman (Ben Affleck). O morcego de Gotham agora irá se armar para combater o filho de Krypton, o que pode ser o maior combate da história.


Muita expectativa e muita ansiedade girava em torno de Batman vs Superman: A origem da justiça. O filme tinha a obrigação de abrir definitivamente as portas da DC no cinema e estabelecer não apenas o Batman de Ben Affleck ou a Mulher-Maravilha de Gal Gadot, mas toda a Liga da Justiça.

Claramente, Zack Snyder melhorou e muito na qualidade de “fazedor” do filme. Após um Homem de Aço bem mediano, o diretor finalmente conseguiu fazer um filme de excelência. Não há dúvidas de que este é o melhor trabalho de Zack Snyder como diretor. Apesar de tudo, ainda existe algum exagero na maneira como ele trabalha a ação. O filme é excelente até o confronto final (contra o Apocalipse), mas a última cena de “ação” tem muito pouca ação de fato. O confronto final nada mais é do que um show de luzes muito bem coloridas por um computador. Não há atuação ou direção real por trás daquela cena, apenas um bom animador.

Demais, só há com o que se admirar com o trabalho do diretor. Zack Snyder teve coragem de tomar decisões fortes na trama, muitas até que podem ser questionadas por qualquer um que vá ver o filme. Há muito fan service, logicamente, mas nunca de uma maneira prejudicial, e fica bastante evidente que o próprio diretor se segurou para não exagerar nas “piadas internas”.

Ben Affleck é um excelente Batman, talvez o melhor que o cinema já tenha mostrado. Faltou apenas um pouco mais de background do herói. Ficamos sem saber que vilões ele já enfrentou ou que perdas ele já sofreu. Dá para entender que essa “falta” nos causa mais curiosidade do que decepção, mas poderia ter sido um pouco mais trabalhada. Gal Gadot, embora apareça menos do que se esperava, provou que está pronta para o papel e atiçou a curiosidade para o filme solo da heroína.

Jesse Eisenberg é a melhor atuação do filme, disparado. Ainda que muitos fãs possam reclamar de sua versão do vilão Lex Luthor, fica claro que ele conseguiu trazer muita originalidade para o papel e se provou um personagem bastante interessante. Já Amy Adams estava um pouco demais no filme. Muita Lois Lane. Para uma jornalista que não possui recursos, Lois parecia ter bastante influência dentro da trama, o bastante para se envolver no confronto final. Desnecessário.


O filme prova que a DC tem condições de produzir um material com muita qualidade e bem diferente do que a Marvel já nos oferece. Com certeza é o melhor filme da DC de todos os tempos, resta apenas aguardar por Esquadrão Suicida.


Finalmente chega aos cinemas o tão aguardado filme da DC. A premissa de uma luta entre super-heróis pode não ser a mais atrativa para todos, mas com certeza a presença dos dois maiores personagens da DC Comics (e talvez até de todos os quadrinhos) são suficientes para atrair uma grande quantidade de público e atenção da crítica. Ainda mais quando é o filme responsável por começar a estabelecer todo o universo cinematográfico da DC pela Warner. Nele alguns dos principais personagens são trabalhados, outros são brevemente apresentados, além de haver dicas e referências aos acontecimentos dos filmes futuros. Porém, algo está dando errado.

O filme está recebendo duras críticas com relação a praticamente tudo, até quanto aos mínimos (e irrelevantes quanto à crítica) detalhes. Muitos são contra a direção de Zack Snyder, por “não saber contar histórias”, “não captar a real essência dos personagens” e por aí vai. Porém, talvez as pessoas estejam indo ver esse filme esperando que seja outra coisa. Ele não é um filme com uma visível veia cômica como são os com heróis da Marvel, apesar do humor não ser inexistente aqui, é pouco, mas não inexistente. Assim como nos quadrinhos, os filmes da DC tentam reproduzir situações mais sérias e dramáticas e nos filmes isso vem acompanhado de um tom mais realista. O que é resumidamente chamado de “dark”, e por mais incrível que pareça não significa que o filme inteiro será gravado no escuro. Aparentemente algumas pessoas esqueceram o significado do termo enquanto faziam suas duras críticas. Mas outro possível problema do filme (e de seu entorno) é a expectativa. Houve muitos trailers, muitos cartazes, muitas fotos, muitas cenas, muito tudo divulgado. Era difícil evitar ter acesso a essas informações, querendo ou não, e com isso várias chances de fazer grandes surpresas na trama foram perdidas. Os filmes desse gênero estão seguindo um caminho onde os trailers pecam demais. Estão desesperados por cativar o público e levá-lo ao cinema que exageram em seu conteúdo e então o filme acaba sendo o culpado por ser “previsível”, “clichê” ou “nada surpreendente”.

Não existem grandes motivos para reclamar do longa. Não é perfeito, claro, mas está longe de tudo de tão ruim e horroroso que tanto dizem. Zack Snyder como sempre soube fazer um show visual e isso não interfere na história do filme, não há do que reclamar dos efeitos especiais, eles conseguem variar de uma estética milagrosa a uma pandemônica no ambiente da cidade. Enquanto alguns reclamam de que ele muitas vezes deixa de criar cenas de diálogo para estabelecer informações, eu considero que somente aspecto visual do filme (munido também da trilha sonora) já pode ser suficiente para tal. Afinal ninguém precisa de tudo tão mastigado. Entretanto, sua reprovação está chegando a níveis em que os fãs estão criando petições online contra a sua participação nos filme futuros da Liga da Justiça.

Falando mais a fundo sobre os personagens, pode-se dizer que todos parecem muito bem representados. Superman(interpretado por Henry Cavill) permanece tão bom quanto em seu filme de estreia. Batman (interpretado por Ben Affleck) não decepciona em momento algum e demonstra ter muito potencial para ser trabalhado nos filmes futuros, como Esquadrão Suicida e Liga da Justiça, além de seu filme solo, é claro. Nada muito além da clássica história do assassinato de seus pais é mostrado, o que é bom, um excesso de informação sobre sua jornada como o justiceiro de Gotham poderia tirar o foco da trama. A Mulher Maravilha (interpretada por Gal Gadot) faz uma boa participação e demonstra potencial também, mas a atriz ainda não demonstra ser a escolha ideal para o papel, parece bem menos atlética do que uma amazona deveria parecer. Lex Luthor (interpretado por Jesse Eisenberg) se destaca e parece exageradamente insano nesse filme e sem motivo aparente, talvez queiram alguma aproximação do Coringa de Heath Ledger para cair mais fácil na graça dos fãs, talvez o ator tenha se exaltado demais. Não foi ruim, de forma alguma, mas não parece a melhor forma de apresentar o personagem. E quanto a Lois Lane (interpretada Amy Adams), sua importância na vida do Superman/Clark Kent é inquestionável, mas no filme recebe espaço demais entre os super-heróis e no meio de suas mais importantes batalhas, o que parece no mínimo questionável. Outros heróis que compõem a Liga da Justiça foram brevemente apresentados, não entrarei em detalhes, mas a forma como foi feito é bem questionável também.

O filme consegue adaptar dois arcos dos quadrinhos muito queridos pelos fãs com muita dedicação e proximidade, abrindo caminho para todo um universo que virá pela frente para ser degustado (ou duramente criticado). Apesar de alguns pequenos problemas, é uma ótima experiência.

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