Lançamento: 10⁄ 03⁄ 2016
Dirigido por: Robert Schwentke
Gênero: Ficção
científica, Aventura, Ação
Nacionalidade: EUA
Após os eventos de Insurgente, Tris Prior e seu grupo de
aliados descobrem que não estão sozinhos no mundo e decidem ultrapassar a
barreira do muro para descobrir o que resta do mundo. Durante a jornada, eles
encontram sociedades mais desenvolvidas, mas continuam preocupados de que uma
guerra civil possa destruir tudo o que sobrou de Chicago, a cidade que deixaram
para trás. O filme dá sequência a saga Divergente,
baseada nos livros de Veronica Roth.
O grande problema do
filme e também da saga é a sua pretensão para tentar ser algo muito maior do
que realmente é. Convergente tenta
seguir com duas tramas, uma política, que antagoniza duas facções em Chicago, e
uma moral e científica, que aborda o que Tris está disposta a fazer para salvar
o mundo dos erros da humanidade. A questão é que o filme quer ser grande e
complexo demais. Na busca por complexidade, o filme deixa muitas pontas soltas
e tangencia a maioria dos conflitos que almeja, não conseguindo, de maneira
alguma, acertar a mão nas questões que gostaria.
Outro ponto importante diz
respeito às influências de visual que recebeu. O que parece é que, observando a
onda de filmes pós-apocalípticos, o design gráfico do filme tenta assimilar a
maior quantidade de informação possível para suprir todas as “necessidades de
um filme apocalíptico”. Disso, disserto acerca de dois pontos mais importantes.
O primeiro deles é a zona desértica que é apresentada logo após a fuga de Tris
e seus aliados. Neste cenário, podemos identificar inúmeros elementos de longas
como Mad Max, que ficam extremamente
descabidos no contexto apresentado pela história. “Como a Terra chegou àquele
ponto?” é uma pergunta que o filme nem ao menos quer responder. Outro capricho
megalomaníaco é a extrema necessidade de alta tecnologia. Há muita tecnologia
no filme, muito mais do que havia nos primeiros filmes. A impressão que fica é
de algo muito forçado e totalmente fora do contexto.
Mais um problema, e há
vários. É a troca de paradigma da história. Durante os dois primeiros filmes,
Tris Prior era categorizada como uma divergente
e isso fazia dela diferente de todos os outros. Agora, todas as classificações
que ela tinha em Chicago caem por terra e ela passa a ser considerada pura enquanto os outros são os danificados. A troca de termos cai de
paraquedas numa história já
consolidada e que só serve para, novamente, tentar
aumentar a complexidade de uma história que não é tão intelectual quanto se
vende.
Quanto a Tris Prior,
vê-se uma clara perda da personagem. Enquanto ela era a principal protagonista
dos primeiros filmes, agora ela perde bastante espaço para Quatro. Isso parece
uma manifestação clara de que a personagem falhou em ser a próxima Katniss
Everdeen. Ao contrário da protagonista de
Jogos Vorazes, Tris não tem envolvimento suficiente com a família para
fazer disso uma questão importante e em envolvimento demais com Quatro, fazendo
com que a história se torne essencialmente sobre a vida amorosa dela, algo que
Katniss conseguiu fazer com que fosse uma história secundária.
O filme é megalomaníaco
demais, e pretensioso ao extremo. Não vale a pena comentar erros de
continuidade, porque são vários. Fica apenas a reflexão de que, talvez, a
Lionsgate só esteja tentado recriar Jogos
Vorazes com uma história bem mais rasa e desinteressante. Talvez o final da
saga consiga se salvar e entregar um filme mais razoável.
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