15 de março de 2016

A saga Divergente: Convergente

            
Lançamento: 10⁄ 03⁄ 2016
Dirigido por: Robert Schwentke
Com Shailene Woodley, Theo James, Jeff Daniels e outros
Gênero: Ficção científica, Aventura, Ação
Nacionalidade: EUA


Após os eventos de Insurgente, Tris Prior e seu grupo de aliados descobrem que não estão sozinhos no mundo e decidem ultrapassar a barreira do muro para descobrir o que resta do mundo. Durante a jornada, eles encontram sociedades mais desenvolvidas, mas continuam preocupados de que uma guerra civil possa destruir tudo o que sobrou de Chicago, a cidade que deixaram para trás. O filme dá sequência a saga Divergente, baseada nos livros de Veronica Roth.

O grande problema do filme e também da saga é a sua pretensão para tentar ser algo muito maior do que realmente é. Convergente tenta seguir com duas tramas, uma política, que antagoniza duas facções em Chicago, e uma moral e científica, que aborda o que Tris está disposta a fazer para salvar o mundo dos erros da humanidade. A questão é que o filme quer ser grande e complexo demais. Na busca por complexidade, o filme deixa muitas pontas soltas e tangencia a maioria dos conflitos que almeja, não conseguindo, de maneira alguma, acertar a mão nas questões que gostaria.


Outro ponto importante diz respeito às influências de visual que recebeu. O que parece é que, observando a onda de filmes pós-apocalípticos, o design gráfico do filme tenta assimilar a maior quantidade de informação possível para suprir todas as “necessidades de um filme apocalíptico”. Disso, disserto acerca de dois pontos mais importantes. O primeiro deles é a zona desértica que é apresentada logo após a fuga de Tris e seus aliados. Neste cenário, podemos identificar inúmeros elementos de longas como Mad Max, que ficam extremamente descabidos no contexto apresentado pela história. “Como a Terra chegou àquele ponto?” é uma pergunta que o filme nem ao menos quer responder. Outro capricho megalomaníaco é a extrema necessidade de alta tecnologia. Há muita tecnologia no filme, muito mais do que havia nos primeiros filmes. A impressão que fica é de algo muito forçado e totalmente fora do contexto.

Mais um problema, e há vários. É a troca de paradigma da história. Durante os dois primeiros filmes, Tris Prior era categorizada como uma divergente e isso fazia dela diferente de todos os outros. Agora, todas as classificações que ela tinha em Chicago caem por terra e ela passa a ser considerada pura enquanto os outros são os danificados. A troca de termos cai de paraquedas numa história já
consolidada e que só serve para, novamente, tentar aumentar a complexidade de uma história que não é tão intelectual quanto se vende.

Quanto a Tris Prior, vê-se uma clara perda da personagem. Enquanto ela era a principal protagonista dos primeiros filmes, agora ela perde bastante espaço para Quatro. Isso parece uma manifestação clara de que a personagem falhou em ser a próxima Katniss Everdeen. Ao contrário da protagonista de Jogos Vorazes, Tris não tem envolvimento suficiente com a família para fazer disso uma questão importante e em envolvimento demais com Quatro, fazendo com que a história se torne essencialmente sobre a vida amorosa dela, algo que Katniss conseguiu fazer com que fosse uma história secundária.


O filme é megalomaníaco demais, e pretensioso ao extremo. Não vale a pena comentar erros de continuidade, porque são vários. Fica apenas a reflexão de que, talvez, a Lionsgate só esteja tentado recriar Jogos Vorazes com uma história bem mais rasa e desinteressante. Talvez o final da saga consiga se salvar e entregar um filme mais razoável.


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